08 maio, 2008

Couver bem conservado

Pois então. Estivemos no último feriado na simpática cidade de Conservatória. Uns 500 metros acima do nível do mar, o distrito de Valença é uma ótima opção pra quem quer uma pousada no campo, onde possa ouvir alguns rocks rurais. No caso, eu e Daniela aproveitamos pra dormir, comer, beber, jogar buraco e ouvir boa música, no geral.

O lugar é conhecido como capital da seresta, mas bom mesmo por lá são as rodas de chorinho. A oficial é todo sábado, às 11h. Mas na sexta à noite já rola apresentação informal que vale muito a pena. Músicos de alta qualidade tocando por puro prazer.

A experiência gastronômica também foi bastante agradável, tendo o couvert no restaurante "XXXXX ????" se destacado na multidão. No menu: torradas, manteiga, ovos de codorna, beringela, tomate seco, azeitonas e salame.

As torradas como tem que ser, bem crocantes e perfeitamente complementadas pela tradicional manteiga de potinho. Os ovos de codorna marcaram presença pela temperatura. Estavam quentinhos, dando aquela impressão de feito na hora.

O salame estava nota 100, saborosíssimo. A beringela e o tomate seco entre bom e ótimo. O único porém ficou por conta das azeitonas, exageradamente temperadas. Talvez por terem ficando no caldo do pires, junto com o salame e o tomate seco.

07 maio, 2008

Jogos Olímpicos

Depois de algum tempo voltei a ouvir essa música hoje. Tá no album Amused to Death, do Roger Waters.

"We were Watching TV
Watching TV
In Tiananmen Square
Lost my baby there
My yellow rose
In her bloodstained clothes

She was a short order pastry chef
In a Dim Sum dive on the Yangtze tideway
She had shiny hair
She was the daughter of an engineer

Won't you shed a tear
For my yellow rose
My yellow rose
In her bloodstained clothes

She had perfect breasts
She had high hopes
She had almond eyes
She had yellow thighs
She was a student of philosophy

Won't you grieve with me
For my yellow rose
Shed a tear
For her bloodstained clothes

She had shiny hair
She had perfect breasts
She had high hopes
She had almond eyes
She had yellow thighs
She was the daughter of an engineer

So get out your pistols
Get out your stones
Get out your knives
Cut them to the bone
They are the lackeys of the grocer's machine

They built the dark satanic mills
That manufacture hell on earth
They bought the front row seats on Calvary
They are irrelevant to me
But I grieve for my sister

People of China
Do not forget do not forget
The children who died for you
Long live the Republic
Did we do anything after this?
I've a feeling we did


We were watching TV
Watching TV
She wore a white bandanna that said
Freedom now
She thought the Great Wall of China
Would come tumbling down
She was a student
Her father was an engineer

Won't you shed a tear
For my yellow rose
My yellow rose
In her bloodstained clothes

Her grandpa fought old Chiang Kai-shek
That no-good low-down dirty rat
Who used to order his troops
To fire on the women and children
Imagine that... imagine that.

And in the spring of '48
Mao Tse-tung got quite irate
And he kicked that old dictator Chiang
Out of the state of China

Chiang Kai-shek came down in Formosa
And they armed the island of Quemoy
And the shells were flying across the China Sea
And they turned Formosa into a shoe factory
Called Taiwan

And she is different from Cro-Magnon man
She's different from Anne Boleyn
She is different from the Rosenbergs
And from the unknown Jew

She is different from the unknown Nicaraguan
Half superstar half victim
She's a victor star conceptually new

And she is different from the Dodo
And from the Kankanbono
She is different from the Aztec
And from the Cherokee

She's everybody's sister
She's symbolic of our failure
She's the one in fifty million
Who can help us to be free

Because she died on TV"

04 maio, 2008

Café com leite

Essa eu nunca tinha visto.

Quarta-feira passada estive na Rodoviária Novo Rio pra pegar um ônibus pra Conservatória, onde passamos o feriado.

Fomos tomar um café da manhã numa lanchonete no segundo andar, na área de desembarque. Pedi dois pães na chapa pra minha mulher e um café pra mim, mas... eles só vendem café com leite!

Pensei em pedir um café com leite sem leite, mas era arrumar muita confusão pra beber um café muito provavelmente ruim e excessivamente caro (R$ 2).

17 abril, 2008

I remember you, Sebastian Bach


Se você é fã da banda de Love Metal Skid Row, que fez fama e fortuna no início dos anos 90, e só passar por volta das 14h no Shopping da Gávea que é certo ouvir o hit "I Remember You". Toca todo dia no som ambiente do shopping.







"Remember yesterday, walking hand in hand
Love letters in the sand, I remember you
Through the sleepless nights, through every endless
day,
I'd wanna hear you say, I remember you
"

O Rio de Janeiro é uma cidade surreal

Como o blog está abandonado mesmo e algum tempo eu tô querendo um lugar pra escrever sobre casos de puro realismo fantástico que acontecem na cidade, resolvi distorcer um pouco (bastante) a função disso aqui.

Quem sabe movimentando a área com temas que nada tem a ver com couverts, e eu minha consorte não nos animamos a voltar a escrever sobre os temas de fato relevantes.

Pois bem, na madrugada desta quinta-feira eu precisei ligar pro 190. O atendente
foi muito atencioso e anotou sem demoras a minha reclamação: na praça central da Avenida Rodrigo Otávio, um grupo de 10 a 15 pessoas fazia uma festa à 0h45, com direito a funk no som de carro, cerveja e eventuais urinadas nas árvores próximas.

A viatura chegou ao local com surpreendente rapidez, menos de 5 minutos. Mais surpreendente ainda, no entanto, foi o que aconteceu com a chegada dos policias: nada.

Os garotos sequer desligaram o som do carro enquanto a viatura estava do lado. Um rapaz de camisa vermelha rebolava ao som do batidão enquanto os policiais faziam... não sei o que. Como estava distante, vendo tudo da janela da sala, não dava pr aouvir sobre o que eles conversaram. Ou se conversaram.

O que sei é que tão rápido quanto chegaram eles se foram. E a turma continuou lá, fazendo a sua festa até a hora em que resolveram ir embora, às 1h30m.

26 fevereiro, 2008

Uh, que beleza

É muito bom ser surpreendido por um couvert quando você o pede sem levar muita fé no que vem pela frente. Melhor ainda quando você não paga por ele. Pois foi o que aconteceu durante o carnaval, quando finalmente utilizamos o generoso vale do Picanha & Etc., que estava rolando na gaveta há quase dois meses.

Na beira da praia da Barra, o lugar é agradável, com um porém: o inevitável fog que infesta os restaurantes que servem picanha naquelas chapas individuais, levadas à mesa para uso do garçom ou do próprio cliente. Mas, depois do choque olfativo inicial, a gente acaba acostumando.

E, para não perder a oportunidade de enfim atualizar o quase-finado blog, pedimos o couvert, oferecido no cardápio a salgados R$ 16. Confesso que temi, mas já gostei quando o garçom perguntou se poderia trazer, antes de tudo, os pães de alho que tinham acabado de sair do forno. Ponto para ele e para a cesta de pães, farta e coberta com muçarela na medida certa.

Qual não foi minha surpresa quando os acompanhamentos enfim chegaram. Chamava a atenção o visual de uma enorme taça de vidro cheia de gelo e adornada com tiras de cenoura, pepino e aipo, mais azeitonas verdes (que estavam deliciosas). As pretas também eram muito boas, e vinham junto com uma conserva de berinjela e uma minimariscada (ou coisa parecida) divina. E ainda tinha um pacote de torradas, com saborosa pasta de gorgonzola e manteiguinha. Tudo bem servido.

Em resumo: recomendado com louvor. Daqueles que vale voltar mesmo para pedir um couvert, algumas cervejas e a conta.

(Momento "Você é mais inteligente que um aluno da 5ª série?": Apesar do protesto do corretor ortográfico do Word e do Blogger, a grafia de muçarela está corretíssima, podem conferir. Mas realmente é feia que dói. Melhor adotar para sempre o clássico e elegante mozarela.)

Onde: Picanha & Etc. - Av. Sernambetiba, 2.900, Barra da Tijuca

15 dezembro, 2007

Criatividade depois do mais do mesmo

Não é bem um couvert, mas pode-se tranqüilamente chamar de entrada.

Sábado passado estivemos naquele deprimente espetáculo de nostalgia barata que foi o show do Police. Uma espécie de micareta reggae-pop, com a pior organização que já se teve notícia em todo o mundo.

Por conta do brilhantismo dos organizadores do show, não conseguimos beber sequer uma garrafa d'água durante as mais de duras horas em que Sting tocou a mesma música. Ato contínuo, saímos do Maracanã direto para algum bar/restaurante onde pudéssemos comer e beber.

Acabamos no Sindicato do Chope da Afonso Pena. Já tínhamos pedido o couvert e uma porção de batatas fritas quando fomos surpreendidos por uma opção de se escolher quatro entre vários aperitivos, que vêm num prato redondo com uma porção de farofa no meio.

Ficamos com batata frita, filé aperitivo, carne seca e provoleta. Com a farofa no meio. As outras opções possíveis são as clássicas entre os aperitivos de qualquer bar. Aipim, frango a passarinho, essas coisas.

Além da idéia, bastante simpática, há que se elogiar a qualidade da comida e a quantidade servida. Comemos seis pessoas e segurou muito bem a onda, junto com infindáveis garrafas d'água e latas de refrigerante.

Portanto, palmas para o Sindicato, que trouxe um troque de criatividade para o previsível mundo dos aperitivos.

01 dezembro, 2007

Noite de Reis

Na última sexta-feira a gente resolveu gastar. Não que o dinheiro esteja sobrando, mas eu tinha um prêmio do trabalho que me dava R$ 100 de bônus em qualquer restaurante. Ora, sendo assim, vamos comer bem.

Pra escolher o lugar eu liguei pra uma amiga socialite e dei uma olhada no especial da Veja Rio sobre bares e restaurantes. (Aqui vale uma explicação: eu não compro a Veja. Nós temos apenas essa edição especial justamente para pesquisar lugares)

Vi os restaurantes que venceram em cada categoria e separei algumas opções. A minha amiga socialite sugeriu o Miam Miam, mas como a intenção era jantar mesmo - e havia interesse mais em vinhos que em drinks - acabamos ficando com o escolhido como melhor carne pela Vejinha: Giuseppe Grill.

Sendo um restaurante chique, é claro que não é preciso pedir o couvert; ele vem até você. E a coisa é finíssima. Numa simpática cestinha de madeira vêm torradas, pão preto, pão francês e uma pizza branca espetacular. Pra passar nos pães, eles trazem uma deliciosa ricota levemente temperado com alho. Acompanha também um molho à campanha (!) e um especial da casa, com cebola, orégano e pimenta branca.

O ambiente é tão legal e a comida tão boa que dá até pena de falar dos problemas, principalmente considerando que eles são completamente subjetivos. Por exemplo, eu não gosto que garçon me sirva. Ainda mais aquele garçon que fica do lado da mesa e não deixa seu copo d'água esvaziar direito. Essa paranóia de copo cheio só é legal com cerveja, e na Festa do 12, em Ouro Preto. De resto fica exagerado.

Mas isso me fez elaborar uma teoria sobre a tensão inerente a esse tipo de lugar. O público que vai a esse restaurante exige um tipo de atendimento quase escravista. O esforço exagerado dos garçons em agradar pelo menos me passa isso. O que nos atendeu até relaxou com o tempo; chegou a bater um simpático papo com a gente sobre os ingredientes do molho de cebola. Foi legal.

Agora, o público... em determinado momento um cara esbarrou na minha cadeira. Quando fui olhar pra trás, Daniela disse "Espera que daqui a pouco te explico". Nem precisou. Segundos depois senti aquele característico cheiro de perfume barato que acompanha as damas da noite e seus gringos bimbões.

Pois foi isso mesmo, na mesa logo atrás de mim sentaram-se dois senhores de fora do país e duas esculturais representantes do mais alto meretrício da cidade. Presenças curiosas, principalmente considerando que o público do restaurante é quase que exclusivamente composto de casais de meia-idade.

Enfim, um lugar de difícil definição. Ganha nota 10 com todos os louvores pela comida. A clientela, no entanto, só vale uma nota 1 pelo inusitado da noite. Passaria na média se o preço não fosse tão alto. O couvert é bom demais, mas custa R$ 9,90... por pessoa.